18/08/09

Hollow Ox "Pleiades"


Pleiades” é um daqueles discos que possuem a capacidade de alimentar a minha fé na música e nos músicos. Anima e renova a minha vontade de, ziguezagueando por entre toneladas de detritos, continuar na busca de sons relevantes e perenes.

Hollow Ox é um quarteto de Nashville cuja música prima pela simplicidade. Manifesta-se igualmente através de um discurso consistente e honesto, indícios que apontam para um profundo conhecimento do conceito de ética e respectivas boas práticas.

Pleiades”, o primeiro registo físico da banda depois de um tímido cd-r e de um conjunto de peças musicais em formato digital oportunamente colocadas no respectivo site, confirma tudo aquilo que havia sido prometido anteriormente, instrumental e estruturalmente.

“2012”, a abrir, transporta aquela componente épica que os Chameleons cultivaram há 25 anos em Manchester. Um som “larger than life” que ocupa todo o espaço envolvente, transportando o ouvinte para um universo cósmico em formato cinemascope.



“The fields are cold” estabelece a ponte entre o pós-punk e o presente; qualquer que seja a designação que acrescentem a seguir a “post-“.

Verdadeiras “pièce de resistance”, “Know it” e “Find away”, burilam o trabalho de dotados artesãos como Mark Burgess ( The Chameleons ) ou Vini Reilly ( Durutti Column ) e adicionam-lhe paisagens sónicas que poderiam ter sido desenhadas por Windy & Carl ou Teeth of the Sea. O que daqui resulta é algo de muito belo, hipnótico e tremendamente viciante.

Corram a escutar “Pleiades” ( note-se que o som obtido através do MySpace está longe de lhe fazer justiça ), façam download ou ajudem a banda e através do respectivo site, adquiram o artefacto, numa edição limitada de 250 magníficos exemplares em vinil azul.

Na absoluta certeza de que estamos perante uma daquelas edições em que rádio e imprensa escrita jamais irão pegar, considerem-se pois e a partir de agora devidamente avisados.